sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Mistura inusitada.

Faz de conta que você tem o poder de criar uma banda escolhendo integrantes de bandas aleatórias... quem você escolheria para ficar com uma formação beeeeeeeeem estranha?
Ela por acaso contaria com integrantes do Hanson, do Smashing Pumpkins, Cheap Trick e Fountais of Wayne?
Não né? Estranho demais... Impossível demais...

Pois é, eles não acharam.
Isso mesmo... Taylor do Hanson, James Iha guitarrista do Smashing Pumpkins, Bun E. Carlos baterista do Cheap Trick e Adam Schlesinger baixista do Fountains of Wayne se juntaram num projeto para gravarem um cd.

A banda se chama Tinted Windows e já tem uma música passeando pela internet ou para ser mais específica no myspace deles!
A música é... um pop rock grudento (no bom sentido), logo na primeira vez que escutei fiquei com o "uou...uou..." na cabeça. Fiquei cantarolando um bom tempo e com a meldia na cabeça... Taylor disse que a banda estava permitindo que eles fizessem coisas que não tem muito espaço para fazer em suas bandas (e também faz o Taylor dar um tempo na produção de filhos... quantos ele já tem? Uns 4?).
O cd foi gravado no estúdio quem Iha e Schlesinger tem em Nova Iorque e será lançado dia 21 de abril. E o primeiro show vai acontecer dia 20 de março em um festival da Billboard.

Tá acontecendo todo um bafafá com a formação da banda, mas por enquanto eu acho que não devemos esperar nada de grandioso e diria que o que mais chama atenção mesmo são os integrantes das bandas... só que prefiro não fazer comentários mais profundos antes de ouvir o cd todo.

Um promo com clima de programa dos anos 80 foi lançado e nele tem trecho de duas músicas desse projeto, tirem suas próprias conclusões.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Eu me sinto bem, é carnaval nessa cidade...

Eu podia aproveitar esse post de quinta (feira) para celebrar que a Mocidade Alegre foi a campeã do carnaval paulistano e ainda avisar que a Salgueiro venceu o carnaval carioca de 2009.
Eu podia falar sobre sambas-enredo, sobre desfiles, sobre os primeiros carnavais e a importância disso tudo na cultura brasileira.
Mas não vou falar disso.

Eu podia falar sobre o "caso Rihanna".
Sobre como o Chris Brown espancou a menina, sobre fãs convenientemente cegos, sobre as ameaças de morte vindas de outros rappers a um moleque de 19 anos e sobre todo o destaque que a mídia tem dado a isso.
Sobre o interesse irracional que as pessoas têm em saber os detalhes mais sórdidos do que aconteceu, sobre pretensos meios jornalisticos que teimam em mostrar fotos, vídeos e boatos apenas para que a fogueira queime por mais tempo.
Mas não vou falar disso.

Eu podia comentar o Grammy, que já foi há um bom tempo atrás.
Podia citar os vencedores, falar sobre os shows e criticar os vestidos usados.
Podia questionar o verdadeiro valor que a premiação ainda tem, sobre o fato de tanta gente medíocre ter um Grammy na estante, sobre o valor e a moral dados a uma premiação que pouca gente hoje em dia leva a sério.
Mas não vou falar disso.

Eu podia anunciar os futuros novos álbuns do Green Day, do Kings of Leon e do Beastie Boys.
Podia celebrar tanto o fim da aposentadoria do Eminem quanto a anunciada aposentadoria do 50 Cent.
Podia falar da volta do Blur com todos seus integrantes.
Podia fazer o que eu adoro e falar mal de porcarias como Charlie Brown Jr, MTV, Rick Bonadio e outras coisas que só têm servido para empobrecer a música nacional.
Podia deixar a preguiça de lado e finalmente falar o que eu achei do CD da Mallu Magalhães, lançado lááááá no fim do ano passado.
Podia perguntar como diabos a música "Down to Earth", do filme Wall-E, não venceu o Oscar de Melhor Canção Original.
Podia até ridicularizar a Madonna contando que seu ex-marido Sean Penn, ao ver a cantora com o seu affair brasileiro 26 anos mais jovem na festa pós-Oscar, exclamou: "Nossa, já adotou outra criança?".

Eu podia falar tudo isso nesse post.
Mas, de repente, tudo o que eu quero é colocar uma letra de música por aqui:


Clóvis Bornay Is Dead (abadá)

Eu não ligo, está tudo bem
Eu não ligo, está tudo bem

Eu me sinto bem, é carnaval nessa cidade
Todo mundo transbordando de felicidade
Mesmo que digam que o mundo acaba amanhã

Eu não ligo, está tudo bem
Eu não ligo, está tudo bem

Eu não vejo problema
Onde está o problema?
Qual será o problema da gente ficar legal? (ficar legal)
Já comprei o meu abadá
Eu aqui, e o povo lá
Não é isso que vai nos separar


- Ecos Falsos -
Letra e música (ouçam, eu recomendo): Gustavo Martins

domingo, 22 de fevereiro de 2009

É o amor...

Não, não é um post sobre Zezé di Camargo e Luciano.

É um post sobre o amor... (oun!)
Acho que não existe uma banda entras as que escuto que não tenha pelo menos uma música que fale do assunto... Aliás, a maioria delas tem milhares de músicas que falam sobre isso.
E não é a toa... na minha opinião não existe sentimento mais inspirador... Nos bons e maus momentos, no começo ou no fim do amor,... parece que tudo fica aflorado e que você necessita externar aquilo... e músicos o fazem através das canções que no embalam.

Estar apaixonado ou de coração partido faz você criar uma ligação muito íntima com a música... seja pra lembrar do ser amado, pra chorar o pé na bunda, pra levantar a poeira e pensar que a pessoa nem te merece mesmo...
Amor e música tem uma relação muito direta e muito engraçada também... aquela música que você acha super brega, quando tá apaixonado se pega cantando no ouvindo de alguém... e aquela que, sempre que toca, você diz que é música de corno, quando toma um pé na bunda se encontra cantando de olho fechado e jogando os braços pro alto.
Um amigo disse uma vez "Percebi que eu tava na fossa quando me vi emocionado com uma música da Wanessa Camargo.". Ok, não precisamos ser tão extremos... mas é a mais pura verdade.
Uma frase numa música de pagode já me fez chorar. Já cantei a plenos pulmões uma música do CPM22 pro meu - na época - namorado. Já tive como música-tema uma canção do Calipso (ok, a última é mentira! hahahahaha).
Todos nós vimos pelo menos uma verdade nessas músicas, que pra nós na época fazia o maior sentido... e o que causou isso? O amor. Se o amor é cego na hora de escolher e julgar, na parte musical ele é completamente surdo.

Mas quer saber? A verdade é que como já diziam os gênios citados no post anterior:

"All you need is love..."

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Across The Universe

Poucas bandas conseguiram criar um repertório tão rico quanto o de uma certa banda britânica formada em Liverpool.
E principalmente com músicas que refletisse tão bem o espírito do próprio tempo.
Afinal, sejamos sinceros, nunca existiu banda melhor ou mais importante que os Beatles.
Durante quase uma década, eles chegaram, ousaram, inovaram, criaram algumas das mais belas músicas já gravadas, influênciaram tudo o que veio depois e mudaram completamente a cultura pop em todos os sentidos, criando o fenômeno "beatlemania" que sobrevive mesmo 50 anos depois e que nunca conseguiu ser copiado.
Impossível não perguntar como uma banda pode ser tão amada mesmo tanto tempo depois do seu fim.

Talvez por isso seja ridículo pensar como nunca havia passado pela cabeça de ninguém criar um retrato dos anos 60 usando apenas canções dos Beatles para contar uma história de amor.

Pelo menos não antes do filme Across The Universe.

Como trama principal, o filme apresenta o romance entre o inglês Jude (Jim Sturgess) e a americana Lucy (Evan Rachel Wood). Mas logo fica claro que o objetivo do filme é montar uma tela dos anos 60, mostrando coisas como racismo, protestos, guerra, psicodelia, hippies e o que signicava ser um jovem nessa época.
Cada tema tem um personagem principal. Lucy, por exemplo, é a vontade de lutar por algum ideal. Seu irmão Max (Joe Anderson) revela a Guerra do Vietnã. A personagem Prudence (T.V. Carpio) personifica a liberdade sexual, a dupla Jojo (Martin Luther McCoy) e Sadie (Dana Fuchs) mostram o cenário musical da década, e assim por diante.

Mas o principal mesmo é a trilha sonora.
São 33 músicas dos Beatles que se integram à história e acabam ganhando o contexto que a diretora Julie Taymor definir. Desse jeito, "I Want You (She's So Heavy)" acaba incorporando o clássico slogan do Tio Sam enquanto ele recruta jovens americanos para a guerra. "Dear Prudence" surge como forma de abordar a homossexualidade, enquanto que "Strawberry Fields Forever" usa o campo de morangos para criar um sangrento campo de guerra.
As músicas também acabam ganhando novos arranjos. "Let It Be", talvez a mais bela canção do filme, é cantada ao estilo dos corais de igrejas frequentadas principalmente por negros. "Being For The Benefit Of Mr. Kite!" é praticamente falada, como se realmente estivessemos vendo um mestre de cerimônias de um circo bizarro. "Oh! Darling" é a discussão de um casal, e "Come Together" ganha um clima sombrio, cantada por um cafetão, mostrando o quão assustadora Nova York pode ser à primeira vista. "With A Little Help From My Friends", cantada por jovens universitários se divertindo em uma noite, é a versão original dos Beatles quando todos estão sóbrios e a versão "Anos Incríveis" de Joe Cocker (que participa do filme cantando "Come Together") quando todos já estão bêbados.

Outro atrativo do filme é catar as referências a Beatles jogadas por todos os 133 minutos de película.
O mais óbvio à primeira vista são os nomes de todos os personagens. Jude e Lucy são das clássicas "Hey Jude" e "Lucy in the Sky With Diamonts". Max é o personagem principal de "Maxwell's Silver Hammer", Jojo é o de "Get Back", Prudence a de "Dear Prudence"...
Além disso outras referências são espalhadas pelo filme, desde maçãs cortadas até concertos musicais em telhados, mas essas eu não vou falar por aqui para não estragar nenhuma diversão.

Por mais óbvia que pudesse ser a idéia de Across The Universe, quem assite ao filme acaba ficando com a sensação que ela só estava esperando até ser feita da maneira certa.
Com um elenco perfeito, criativas e ousadas sacadas visuais, arranjos musicais certeiros e um final que te deixa com um sorriso nos lábios, Across The Universe consegue concluir uma tarefa difícil...
A de fazer jus ao nome Beatles.
Afinal, mesmo caminhando para a segunda década dos anos 2000, beatlemaníaco é o que não falta.

Como uma banda pode ser tão amada mesmo tanto tempo depois do seu fim?
Essa lição já foi ensinada pelos mestres:

"And, in the end, the love you take
Is equal to the love you make"

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Parabéns pra você...


Qualquer pessoa de pelo menos um ano de idade já ouviu isso pelo menos uma vez na vida.
E antes de hoje eu nunca tinha parado pra pensar na origem disso... na verdade, sempre achei que era o tipo de música que sempre existiu... desde que o mundo é mundo sabe?
Mas você sabia que a melodia de 'Parabéns pra você' é plágio de uma música chamada Good Morning To All de 1893? E que na teoria, deveriam ser pagos royalties to vez que a música é executada?
E eu que jurava que o parabéns existia antes de 1893...

E maaaaaaaaaais... aqui no Brasil a letra como conhecemos só foi inventeda 1942, por uma senhora chamada Bertha Celeste Homem (q/) de Mello. Como isso? A rádio Tupi organizou um concurso pra que as pessoas criassem uma letra que combinasse com a melodia do Happy Birthday to You.
Mas como assim, Bial? Só depois de 1942 é que cantaram assim a música? Nos primeiros aniversários da minha avó por exemplo, cantavam como?

Além de todas essas revelações CHOCANTES, descobri que existem outras versões da letra!
E nãããão, não é aquela versão pornográfica que eu sempre tenho medo que alguém sem querer cante no aniversário da tia-avó...!

Por exemplo, nos estados do Norte e no Maranhão depois do "Muitos anos de vida!" vem o seguinte trecho:
"P'ra alegrar nossas almas
'fulano' faz anos

Uma salva de palmas!"

Já na Bahia tem o seguinte trecho:
"Chegou a hora de apagar a velinha
Vamos cantar aquela musiquinha
Parabéns pra você
Parabéns pra você pelo seu aniversário
Que Deus lhe dê muita saúde e paz
E que os anjos digam amém
Parabéns pra você
Parabéns pra você pelo seu aniversário."

Existem mais versões, variando de local e até de religião.

E o que eu achei que ía ser um post tapa buraco por eu não ter tido tempo de escrever por causa do meu aniversário, me trouxe várias descobertas!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A Volta do Blink-182

Nenhum fim é definitivo no mundo pop.

O Police esqueceu as diferenças entre seus membros e até a bem-sucedida carreira solo de Sting e retornou para uma (extremamente) lucrativa turnê.
O Pink Floyd deixou por algumas horas a rivalidade doentia entre David Gilmour e Roger Waters de lado e, após 24 anos, se reuniu no Live 8.
O RPM escondeu debaixo do tapete os motivos que levaram ao fim da banda e retornou para uma turnê que resultou em um CD e um DVD.
O Doors e o Queen abandonaram o luto pela morte de seus vocalistas e os substituiram para novos shows e álbuns.
E certeza que se John e George estivessem vivos, uma reunião dos Beatles já teria acontecido em algum evento beneficente.

O fim do Blink-182 durou quase exatos 4 anos.
No último dia 8, o trio se juntou para apresentar o Grammy de Melhor Álbum de Rock e anunciar o retorno da banda, algo que já era esperado pelos fãs desde o final de 2008, quando Mark, Travis e Tom voltaram a se falar (provavelmente por causa do acidente de avião sofrido pelo Travis).
Tudo muito bonito se não fosse por um detalhe:

Está mais que na cara que o Blink nunca mais será o mesmo de antes.

A separação, em fevereiro de 2005, pegou todos os fãs de surpresa.
Segundo Mark e Travis, um perturbado Tom DeLonge abandonou a banda de uma hora pra outra sem dar explicações e passou os últimos anos mantendo distância dos antigos companheiros. Enquanto isso, criou o pretencioso e chato Angels e Airwaves, projeto que ele mesmo afirmava que iria mudar a música (claaaaaaaro que sim, Tom). Ao mesmo tempo, Mark e Travis montaram o +44. As duas bandas tiveram seus CDs de estréia entre os mais vendidos da Billboard, mais por onta da popularidade e do prestígio da banda antiga que pelos méritos musicais das duas bandas.
Quem viu os 3 no palco do Grammy percebeu a divisória existente entre Tom e o resto da banda. Foi estremamente constrangedor ver Mark e Travis anunciando como vencedor o Coldplay, enquanto que o Tom ficava de lado, até meio afastado dos companheiros, como se fosse mais um agregado que propriamente um membro da banda.

Na minha opinião, o erro fatal da banda foi quando eles começaram a se levar a sério.
A fórmula do sucesso do Blink era, tanto quanto a música, o bom humor dos integrantes, principalmente Mark e Tom. Esse era o diferencial deles.
Seja nos clipes, nas entrevistas, nas letras, o trunfo do trio era você conseguir enxergar neles os seus amigos babacas e idiotamente engraçados, que saem correndo pelados pelas ruas, imitam boybands e se fazem de bobos em troca de algumas risadas sinceras.
E tudo isso desabou no momento em que um de seus integrantes passou a olhar o mundo de cima, com o nariz empinado e um certo ar arrogante que dizia "eu sou melhor que tudo isso".
E essa postura será algo bem difícil de engolir e esquecer daqui pra frente.

Se estou curioso em saber aonde isso tudo vai dar? Claro que estou!
Mas, para mim, sumiu aquela aura que a banda tinha.
A imagem divertida foi embora junto das piadas e do clima amigável que fazia do Blink-182 algo tão especial em meio a tantas bandas que acham que tudo o que importa é a música. E isso está muito longe da verdade.

Porque o carisma, algumas vezes, vale muito mais que a genialidade...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

It's not me, it's you!


O segundo cd da Lily Allen sai nessa segunda-feira (mais conhecida como 'hoje'), mas a cantora já disponibilizou as músicas no seu myspace... então nada mais justo que trazer para os nossos amados leitores a opinião dessa pequena garota que aqui escreve.
[sejam bonzinhos comigo, é a pimeira vez que escrevo uma crítica mais detalhada de um cd]

O album, que se chama It's no me, It's you, não conta mais com o badalado produtor Mark Ronson. Lily trabalha com o integrante do The bird and the bee, Greg Kurstin. Isso na minha opinião foi um dos motivos pelo qual o cd perdeu um pouco da cara divertida que Lilly havia ganhado com o Alright, Still.
Mas seria absurdamente injusto culpar apenas a mudança de produtor, afinal essa questão é quase nada perto do fato de que tudo que a Lily passou no ano passado afetou profundamente sua composições (e quem pode culpá-la?). A garota abandonou um pouco a postura de rir de todos seus problemas e se mostra muito mais vunerável, bem mais parecido com os textos que a Lily costuma postar em seu blog, e esse cd ganhou uma cara mais sincera e mais pessoal.

Nesse cd ela se rende mais ao new rave (o que sinceramente já me cansou um pouco) abusando dos sons meio espaciais e batidinhas de pista nas músicas, e conta com mais baladas que o cd anterior.
Lily manteve a qualidade... o cd novo não é nem melhor e nem pior do que o anterior, digamos que preferir um ou outro é uma questão do seu estado de espírito.


- Everyone's at it: Uma batida de balada e umas sirenes. É assim que começa a música em que Lilly fala sobre seus vícios... que vão desde o famoso pó branco até os remédios com receita. A sirene persiste a música toda. É animadinha, não chegaria a uma pista de dança, mas é bem agitadinha. O vocal da Lily lembra muito o cd anterior, com partes meio faladas e tal.

- The Fear: Todo músico famoso meio perturbado (ou não) vai escrever uma música assim na sua carreira. A música falada vida, da fama, do dinheiro... Essas coisas que mexem com a cabeça deles. Uma baladinha com efeitos que fazem o estilo new rave.

- Not Fair: Peguem suas pistolas e seus chapéus de caubói, preparem-se pra um duelo. É essa a sensação quando a música começa. A vibe faroeste é MUITO divertida!!! Nela a Lily reclama que o cara é perfeito, mas na hora H (se é que vocês me entendem) ele é um egoísta. Ok, ... se ela gosta de dividir essas coisas, quem sou eu pra julgá-la? Sério... tô quase fazendo uns passinhos country enquanto escuto, tem até parte que parece que é só palminhas...

- 22: Crise dos 22 anos, eu também to tendo... Ela fala sobre medos, expectativas e a falta delas também. Música mais calminha com estalar de dedos no fundo. Coisa pra cantar com amiga/amigo no carro, sabe?! Fechando os olhos e dando um sorrisinho.

- I could say: A balada do cd. É música de fim de relacionamento, mas não do lado depressivo... é mais "agora estou livre". É bem gostosa de ouvir, baladinhas cabem bem na voz da Lily.

- Back to the start: Lily se joga nos sintetizadores e tenta mandar todo mundo pra pista... enquanto fala mal da irmã. Ok, estou exagerando... na verdade, ela meio que pede desculpas por ter passado anos a odiando por ser mais bonita e mais amada.

- Never gonna happen: A música alterna entre uma cara de espetáculo de circo e um refrão adorável e fofinho. E isso tudo pra dizer pra um cara que nunca quis e nem nunca vai querer nada com ele. Uma das minhas favoritas desde já.

- Fuck you: É uma das músicas com a melodia mais adorável do cd. Pois é...! Uma das caraterísticas da Lily Allen sempre foi conseguir fazer esse tipo de paradoxo. Tem piano, tem vozes infantis cantando "fuck you", backing vocal... Enquanto ela diz tudo que pensa sobre alguém. "Fuck you, very, very much".

- Who'd have known: A música trata de um começo de relacionamento, sobre não saber pra onde as coisas vão mas estar adorando como está. Uma baladinha romântica que tem grandes chances de aparecer nas paradas de sucesso.

- Chinese: Lily fala sobre apreciar as coisas simples da vida, como comer comida chinesa e ver tv com alguém que se ama. Admito que acho a melodia meio chata e a voz dela meio arrastada (sem contar a insitência nos sintetizadores).

- Him: Com um violãozinho tocando de fundo, uma batidinha agradável e o maldito sintetizador dando toques suaves, Lily se pergunta sobre deus e Sua relação com as coisas mundanas. Ela quer saber se o carro Dele tem seguro, coisas assim...

- He wasn't there: A música te transporta pra um filme antigo, a melodia divertida te dá a sensação de estar assistindo àqueles filmes de família antigos, tem até o barulho do filme rodando de fundo. O que combina com a letra que é basicamente a Lily dizendo pro pai que, apesar dele não estar por perto sempre, ela o ama e aprendeu muito com ele.


Lily mostra que sabe fazer um pop de qualidade e que mais do que rir de seus problemas, sabe como externar o que sente e transforma em músicas que embalarão nossas trilhas sonoras.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Little Joy em São Paulo

A fila já era gigantesca quando eu cheguei no Clash Club, cerca de uma hora e meia antes do lugar abrir as portas e servir de palco para a primeira apresentação do Little Joy em São Paulo.
Por sorte o Clash não é um cubículo, conseguindo espalhar bem os fãs antes do começo do show.

Algumas cervejas e uma banda de abertura (da qual eu conhecia uma música, mas não faço idéia do nome) depois, Rodrigo Amarante, Fabrizio Moretti e (a gracinha da) Binki Shapiro subiram no palco junto de mais um guitarrista, um baixista e um baterista, com a balada devagar-quase-parando "Play the Part". Começo mais Los Hermanos impossível.
Mas o público nem teve tempo de desanimar e a banda já engrenou suas músicas mais agitadas, como "The Next Time Around", "How to Hang a Warhol" e "No One's Better Sake". No intervalo de cada música, os dois brasileiros não escondiam a felicidade de estar tocando em São Paulo. Seja pelo Fab dizendo que a família dele estava lá quanto pelo Amarante dizendo que eles não sabiam o que esperar do público brasileiro.
E o público não poderia retribuir melhor o espetáculo (apesar de alguns metidos a engraçadinhos que teimavam em gritar "toca Anna Júlia" a cada música). Com as letras na ponta da língua, era até engraçado perceber por um segundo que aqueles dois cariocas NÃO estavam cantando em português.
Aliás, devo dizer que mais estranho que ver o Fab tocando guitarra foi ouvir o cara cantar uma cover do Kinks, visivelmente envergonhado. Quando a música acabou, ele foi presenteado por um beijo da sua namorada Binki e gritou no microfone "CONSEGUIMOS! E EU NÃO CANTO NADA!".
O público, lógico, delirou!

- parágrafo reservado para comentar o alto grau de alcool e talvez alguns outros produtos químicos no sangue do Fab e do Amarante... mas quem sou eu pra julgar os caras? -

A banda, além das músicas do álbum de estréia (leia sobre ele aqui), ainda tocou uma inédita (sem nome revelado, mas tão boa quanto qualquer uma do CD) e fechou a primeira parte do show com a música "estilo-Juno" do Little Joy, "Don't Watch Me Dancing"... que, surpreendentemente, ganhou um peso inexistente na gravação de estúdio ao seu final, fazendo o Amarante relembrar seu estilo loshermanístico de tocar guitarra, com suas dancinhas e seu contorcionismo característicos.
Para o bis, ele mesmo voltou sozinho e tocou a balada em português "Evaporar", para que logo depois a banda inteira voltasse o palco e usasse uma chave de ouro para terminar o show, com "Brand New Start".

Em cerca de uma hora, a banda tocou todo seu álbum, uma música nova e uma cover.
E seja pela banda de apoio do Devendra Banhart, seja pela alegria sincera dos integrantes em estarem no seu país natal, seja pela emoção na voz do Amarante ou pela empolgação na voz do Moretti, seja pela gracinha da Binki (que é apenas competente nas suas funções... mas dane-se, pq ela é uma gracinha!), seja pela descontração do grupo, seja pela amizade que se forjou entre o guitarrista do Los Hermanos e o baterista do Strokes... os 60 reas gastos valeram muito a pena!

Agora, enquanto os novaiorquinos voltam ao estúdio em fevereiro, os cariocas fazem um show-reunião no festival Just a Fest, que vai acontecer em São Paulo e no Rio de Janeiro no mês de março.
Difícil imaginar o que vai ser do Little Joy a partir de agora.
Mas uma coisa é fácil de prever:

Esse gostinho de "quero mais" não vai desaparecer tão cedo...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Eu beiruto, tu beirutas...


Ok, eu não gosto muito de Beirut.
Mas esse não é um texto pra falar mal deles, até porque não odeio... até tem umas melodias que gosto, porém num balanço geral tem mais coisas que eu não gosto do que coisas que gosto.

O objetivo aqui é falar do projeto conhecido como "Beirutando na Praça".
Músicos, fãs e principalmente pessoas que se encaixam nas duas categorias se encontrando em algum local público, como ahn... praças, mas também parques e coisas assim nas cidades de Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo...

Para que?
Para tocar Beirut oras!

A organização do evento é feita através de um comunidade no Orkut que conta com 304 pessoas e um blog. Todos que querem participar entram num mailing onde trocam partituras, dicas e informações. Não existe preconceito com instrumentos... terão violões, trompetes, escaletas, violinos (bom, assim como o Beirut, tendel?) e cantores são mais que bem vindos! E também não é necessário ser profissional, nem nada.

A idéia do projeto é a diversão e integração dos fãs, além da divulgação da banda como estado de espírito ou estilo de vida.

Nesse fim-de-semana estive num dos ensaios do evento de São Paulo, fica bem claro que a coisa não é séria no sentido de chata, mas sim séria no sentido de dedicação dos fãs para fazerem algo legal. Não há pressão para saber esse ou aquele acorde perfeitamente, um ajuda o outro como pode.

Tudo isso me cativou. Por isso que mesmo não sendo fã da banda, virei fã da idéia. Uma forma criativa de se fazer algo diferente pra entreter tanto quem faz quanto quem estiver ali por perto.
Se você é fã da banda, ainda dá tempo de participar... Mesmo não sendo música dá pra participar de outras formas.
E mesmo que você não seja, mas goste de coisas diferentes e criativa é bom você prestar atenção em quando vai acontecer (o evento ocorrerá no mesmo dia em todas cidades), porque acho que é algo será muito divertido de se ver.