domingo, 28 de setembro de 2008

Duffy




"You got me begging you for mercy, why won't you release me? You got me begging you for mercy, why won't you release me? I said release me"


E foi depois de dois dias inteiros com esse refrão na minha cabeça que eu resolvi comprar o cd da Duffy.

Foi uma compra arriscada, eu nunca tinha ouvido muito dela... tinha visto um video que há muuuuuuuuito tempo o Brancatelli me mostrou dizendo que achava que eu não ía gostar e conhecia a música do refrão que grudou em mim: Mercy.

O cd, chamado Rockeferry, foi lançado esse ano... e seu primeiro single (aquele do refrão ali de cima) atingiu a primeira posição em mais de 12 países. A Duffy ganhou uma rápida visibilidade e muitas comparações com Amy Winehouse, por serem britânicas e por canterem 'soul'. Como na época a Amy estava em declínio (drogada,louca,bêbada,etc.) , começaram a dizer que Duffy seria sua substituta.

A primeira coisa que você nota ao ouvir o cd é que uma não tem nada a ver com a outra, a Duffy segue um caminho completamente diferente da Amy nas músicas.
Depois você nota que não existe nenhuma música espetacular... não confunda, eu não estou dizendo que o cd é ruim... estou dizendo que não tem nada fora do comum, nada absurdo, como posso dizer... nada "uau!". Ao mesmo tempo é um cd que não tem nenhuma música que eu acho ruim ou que me faz querer passar para a próxima... Definitivamente é um cd que eu coloco pra repetir sem ter medo de ser feliz... aliás, acho que todas as vezes que coloquei ele no som, não fiquei satisfeita em ouvir só uma vez, queria ouvir mais e mais.

Mas eu tomei a decisão de que não sou eu quem deve convencer vocêr a ouvir Duffy, e sim a própria.
Eis o video que eu falei que o Brancatelli me mostrou . É uma gravação de uma das músicas do cd, é legal porque mostra que a voz é sem efeitos de computador e tal... e a música é bem gostosinha!



quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Os 10 Mandamentos (ou Breves Considerações Sobre Um Sábado à Noite)


Então falou o Senhor todas estas palavras, dizendo:


- Não sairás de uma pista de dança para assstir a um show do Ludov, principalmente se na pista estiver tocando coisas como Libertines, Smiths, Hives, B-52's, Kooks, Strokes e mais uma pá de coisa boa.

- Caso descumpra o mandamento anterior, não permanecerás por mais de 3 músicas no show, sob pena de passar um bom tempo ouvindo canções completamente descartáveis tocadas por uma banda sem o mínimo carisma com o público.

- Não tentará, em hipótese nenhuma, tentar comparar o show do Ludov com qualquer um dos últimos shows bons que você assistiu nos últimos meses (principalmente se os últimos shows tenham sido Móveis Coloniais de Acajú, MopTop, Ecos Falsos e Hives.), sob grave perigo de se frustrar pelo resto da noite.

- Não escolherás pagar 30 reais de consumação ao invés dos 15 reais de entrada, pois você provavelmente se sentirá na obrigação de realmente GASTAR esses 30 reais... ou até mais.

- Olharás para o lado antes de soltar a frase "Ludov é um porre", à procura de qualquer fã com mais de 2 metros que possa muito bem chutar o seu rabo. Caso aconteça, olharás para seus próprios sapatos, em sinal de humildade, e sairás sorrateiramente.

- Respeitarás a voz de Alex Turner, pois ela tem mais personalidade na unha do dedão pé do que qualquer Johnny Borrell da vida (isso, claro, caso uma voz pudesse ter dedão do pé).

- Respeitarás também a voz de Brandon Flowers, pois nela está depositada a esperança de que o terceiro CD do Killers seja tão bom quanto o primeiro.

- Dançarás sem culpa durante toda e qualquer música que você goste, por maior que seja a desempolgação apresentada pelas pessoas ao redor, mesmo que passes por ridículo e sem-noção... afinal, a única coisa que importa na noite é a SUA diversão.

- Não alimentarás a ilusão de que seu corpo pode se aguentar de pé a noite inteira. Ninguém está ficando mais jovem, e você provavelmente sentirá seus olhos fecharem no momento em que estiver dirigindo para casa e não estiver passando nada além de horário eleitoral na rádio.

- Afastarás todo e qualquer pensamento acerca de um show ruim e de todo o dinheiro gasto em uma só noite, agradecerás pela companhia dos amigos e tentarás ter uma boa noite de sono... ainda que as 6 da manhã.


Amém

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Little Joy


Se você é um fã de Strokes, ou de Los Hermanos... ou até simplesmente antenado em música (leia-se "leu o último post desse blog") , já está sabendo da banda que acaba de disponibilizar 4 músicas em seu myspace.

Uma 'pequena alegria' para esses fãs curiosos que aguardaram ansiosamente saber qual seria o resultado da mistura entre um 'stroke' e um 'hermano'... Little Joy foi o nome escolhido pelo trio que conta com a atual namorada de Fabrizio Moretti, Binki Shapiro. E cá entres nós esse nome combinou muito com o projeto.

Cada música tem uma 'pegada' diferente... uma você diria que tem mais dedo do Fab... outra você acha a cara do Amarante... Mas todas são muito agradáveis aos ouvidos e até divertidas de se ouvir... A voz do hermano cantando em inglês deixa as canções aconchegantes. E todas as músicas liberadas tem cara de coisa antiga...

No One's Better Sake tem uma pitada de reggae que, por incrivel que pareça, não me faz odiá-la!

Brand New Day (uma das minhas favoritas) tem uma cara feliz, 'agitadinha',... coloca um sorriso no rosto sabe?!

With Strangers traz uma sensação de fim de um dia quente, uma coisa meio pôr-do-sol... (não vai achando que é algo meio Jack Johnson não! Não tem nada a ver!) Um violãozinho gostoso, voz arrastada e um corinho de fundo.

E a mais recente Keep me in mind (que não tem no myspace, mas eu tenho-o-o!) conquistou meu coração de cara com uma batida divertidinha de bateria.

Ainda faltam 7 músicas, sendo uma delas em português... Eu já tenho uma versão que seria meio demo, que é só voz e violão... é bem bacana também.

O cd sai em 4 de novembro e promete!

Só não decidi o que me deixa mais orgulhosa... o Fabrizio não negando a terrinha e trabalhando com um brasileiro ou o Amarante conquistando o mercado exterior! :)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Sou...

"e lá vai Deus sem sequer saber de nós
saibamos pois estamos sós"


Poucos lançamentos nacionais foram tão aguardados em 2008 quanto o album Sou.
E desses poucos, raros foram os que valeram todo o hype.

Aliás, não apenas em 2008.
Desde que o Los Hermanos lançou o Bloco do Eu Sozinho e passou a ser um grupo respeitado no meio musical, o principal letrista da banda Marcelo Camelo já era celebrado como a grande revelação da MPB. Consagrado ao ser gravado pela Maria Rita (com Cara Valente, Santa Chuva e Veja Bem, Meu Bem no seu primeiro album, e com Casa Pré-Fabricada e Despedida no segundo), todos queriam ver até onde ia o talento do barbudo. Os albuns seguintes do Los Hermanos confirmou ou que já era claro: suas composições estavam cada vez mais calmas, saindo do rock e encontrando o banquinho e o violão.
Com a pausa dada pelo seu grupo, o cara não demorou para começar aquilo que todo ser com dois ouvidos funcionais estava esperando...
Seu vôo solo.

O album Sou (vire a capa do CD de ponta cabeça e - tadáááá - surge a palavra Nós) chegou às lojas no começo do mês.
E se ainda existia a pergunta "será que valeu a pena?" na cabeça de Marcelo Camelo, eu digo em alto e bom som, com todas as letras:

CLARO QUE VALEU!!!
E MUITO!!!

Com melodias poderosas e letras econômicas (como se seguisse o legado deixado por Dorival Caymmi), Camelo cria em 12 faixas (sem contar as duas "reprises" finais) a MPB perfeita.
Seja com o agito de Copacabana e Vida Doce, seja com a beleza leve de Janta (com a Mallu Magalhães).
Seja com o minimalismo de Saudade, seja com a sanfona de Liberdade (tocada pelo mestre Dominguinhos).
Seja com a simplicidade de Menina Bordada, seja com um certo experimentalismo de Téo e a Gaivota.
Seja cantando sobre a solidão, a menina bonita ou os velhinhos do Bairro do Peixoto.
O músico soube dosar bem a melancolia e a alegria, não deixando o disco cair na mesmisse e criando um repertório até bem diversificado. Janta é um folk guiado por dois violões, Mais Tarde mostra Camelo acompanhado pela banda Hurtmold e Copacabana é uma espécie de marchinha que já concorre desde já como melhor música do ano - pelo menos na minha lista.
É impossível não perceber o quanto o compositor se sente à vontade tocando essas canções, mostrando sua real face e mostrando o quão perfeita foi a escolha do nome do album.

Mas claro que o disco exibe falhas.
Sua versão de Santa Chuva, ainda que bela, não consegue se equiparar à versão criada por Maria Rita. Mesmo assim, é uma das melhores composições de Marcelo Camelo, obrigatória em seu vôo solo.
Doce Solidão, apesar de simpática, acaba ficando repetitiva e cansativa no decorrer de seus 4 minutos e meio.
Os "sons ambientes" colocados por Camelo entre algumas músicas não mostra nenhum propósito (a não ser o som do mar após Vida Doce, que consegue ser de uma beleza simples e singular).
Além disso, uma chatisse minha foi o fato de ter escutado primeiro as músicas disponibilizadas antes do lançamento do CD (e gravadas em um CD pela Renatinha, que me ajuda em assuntos tecnológicos)... desse jeito, ainda não consegui aceitar inteiramente a sequência musical do CD oficial. Copacabana, que eu julgava ser a úsica de abertura ideal, é a faixa 11. A sequência perfeita Janta e Liberdade não existe oficialmente, substituida por... bem, algo mais sem graça!
Como eu disse, pura chatisse minha.

Ainda assim, Sou consegue NÃO ser chato durante toda sua quase uma hora de duração.
Um disco que não é de difícil entendimento, mas que mesmo assim deve ser ouvido com cuidado, sem se deixar enganar pela sua aparente simplicidade.
Compare Anna Júlia com qualquer canção desse novo albúm e vc perceberá que "simplicidade" não é uma palavra que cabe no vocabulário de Marcelo Camelo.

Sorte a nossa...


PS: engraçado ver que, enquanto o Camelo vai se tornando um dos principais nomes da MPB, seu parceiro Rodrigo Amarante segue para o sucesso no exterior.
No MySpace da sua nova banda, Little Joy (que conta também com o batera do Strokes, Fab Moretti) já dá pra ouvir 3 músicas.
Dá uma conferida por lá - http://www.myspace.com/littlejoymusic
Ah, e só posso dizer que são eeeeextra fodas!!! =P

domingo, 14 de setembro de 2008

Falta do que fazer.


Existe um mal que assola a humanidade atualmente... se chama "falta do que fazer".
Minha sábia mãe sempre disse que uma mente vazia era oficina do diabo,... o post a seguir só me provou que ela tem razão.
Antes de começar quero deixar claro que a falta do que fazer não é minha, já que na minha falta do que fazer eu durmo ou jogo coisas bobas na internet...!

Existe um britânico que deve ter uma tremeeeeeeeeeeenda falta do que fazer e resolveu escrever livros, o nome dele é Philip Norman. Ele já escreveu biografias do Buddy Holly, do Elton John... mas sua mais recente (e polêmica) obra é a de John Lennon... (espero que não ter que explicar pra vocês quem é esse né?!)

Philip afirma em seu livro que durante suas pesquisas sobre Lennon ele descobriu duas coisas: John tinha atração sexual pela sua mãe e que ele foi apaixonado por Paul McCartney.

É, minha gente... Tipo..."QUE?"

A biografia é não-autorizada, e nós entramos até nos méritos daquele saudoso post do Brancatelli (que você pode conferir aqui) sobre o direito que esse cara teria de revelar tais informações... e eu acho que Yoko e Paul devem tomar uma atitude quanto essa história toda, mas esse não é o caso do meu texto...

O que eu penso de tudo isso é que essa hitória é tão absurda... que capaz deles nem darem bola. Tipo assim, que tipo de pesquisa foi essa que ele conseguiu essas informações... e tipos que ele não é o primeiro a pesquisar a vida de John, história dos Beatles e tal... como é que o Sr. Philip foi o ÚNICO que descobriu isso?
Ele chegou pra algum amigo... liberou uma grana ou fez cara de cão que caiu da mudança e o cara disse "Ah, beleza...te confesso...ele queria dar uns beijos no Paul".
Vamos combinar que pra alguém saber isso, já que essa história nunca apareceu antes, tinha que ser MUITO amigo do cara... e se a pessoa é MUITO amiga da outra, ela não vai contar isso pra ser publicado!

É triste pensar um cara faz esse tipo de coisa para alavancar as vendas do seus livros, o mais triste é pensar que vai ter gente que vai comprar o livro dele só por causa disso. Gente que nunca deu bola pra carreira do cara, vai comprar... porque tem um bobão dizendo esses absurdos.

É meio decepcionante pensar que na nossa sociedade onde a polêmica e os defeitos vendem mais que as qualidades e conquistas.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

T.H.E.H.I.V.E.S.


Aqui estou eu na difícil tarefa de transformar em palavras a experiência de ir a um show do Hives.


Preciso começar explicando que só lendo esse texto você não terá 1 milésimo da noção do que foi estar lá...


Quando os roadies do Hives começaram a arrumar o palco minha tensão começou.

Entrou a bateria do Chris, toda estilizada... Trouxeram os amplificadores que tinham estampados os nomes dos integrantes que os usavam. Dois microfones foram colocados, então eu e minhas amigas nos perguntamos qual seria o do Pelle... nossa pergunta foi respondida logo a seguir quando um roadie posicionou um pedestal com um microfone que devia ter mais ou menos uns mil metros de fio.

As luzes apagaram e o brasão com um ‘H’ preto e branco surgiu no telão. Meu coração batia quase tão rápido quanto na hora em que eu os havia encontrado na sessão de autógrafos.

“A stroll through hive manor corridors” começou a tocar e eu tive certeza que se não morri do coração naquela hora, não morria mais. Meu coração veio na boca. Era agora... era nesse momento que minha visão do que era um show mudaria.


Eles foram entrando, um a um... com aquele terninho e gravata listrada. Hollowin’ Pelle entrou no palco. "Hey little world” começou e esqueci que tinha um mundo a minha volta.

Sabe quando você diz “Ah, esse aí nasceu pra ser médico? Sempre preocupado e querendo cuidar de todos” ou “Essa nasceu para ser professora...adora ensinar.”, então... aqueles 5 nasceram para serem rockstars! Nasceram para estar num palco...!!! Todos estão absurdamente a vontade com o que fazem e mostram muita competência em suas determinadas áreas... mas não tem como não destacar 3 integrantes:


O baterista Chris Dangerous, com sua bateria um pouco elevada para aparecer melhor pro público, já que seria um baita desperdício ninguém conseguir ver seus malabarismos com as baquetas, os momentos em que fica quase de pé tocando com uma energia contagiante e carregando no canto da boca um cigarro pra fazer a imagem de cafajeste!


O guitarrista Nicholaus Arson, como diz uma amiga, parece que fugiu de um manicômio e resolveu fazer uma banda. Olhos arregalados, não parando quieto, andando pelo palco inteiro... parando na frente das pessoas e lambendo o dedos e encostando em si como quem diz “estou fervendo, baby”. Indo até a platéia, deixa as pessoas tocarem na sua guitarra com uma expressão de “estou te dando a honra de tocar nela”. Genial...!


E pro fim, seu irmão e “vocalista, vocalista” (ele repetia as palavras e apontava pra sim mesmo) Pelle Almqvist. A energia desse sueco, que em seus trejeitos mistura Iggy Pop com Mick Jagger criando um estilo Pelle de ser, não permite que você desanime nem por um minuto, eles transforma os intervalos das músicas um momento de intimidade entre ele e o público... ora elogiando a banda, ora dizendo ‘eu te amo’ (que eu fui uma das responsáveis pra ele saber como dizer) para quem estava ali. Antes de começar cada música ele fazia uma introdução divertida e brincava com o público. Com algumas simples palavras aprendidas em português, ele mostrou que é capaz de controlar qualquer platéia em qualquer parte do mundo... “grita aí”, “batam palmas”, “pára” e “tira o pé do tchão”... pronto... Pelle fazia com a gente o que ele queria... e isso foi provado no “experimento” que ele propôs... “Grita aí!... pára... Grita aí!... pára! Grita aí e bate palma... pára!” e sem nem pensar duas vezes nós gritávamos e parávamos... Durante as músicas ele não parava quieto, rodava o microfone, pulava, abaixava, encarava toda platéia nos olhos (e que olhos *___*)...


Entre “yeahs” e vozes mais graves, ele cantou um setlist mais do que aprovado por mim...

Juro que não senti falta de nenhuma música, e eu, que tinha desistido de ouvir minha amada “A.k.a. I-D-I-O-T”, já que eles não cantavam mais coisas do primeiro cd, fui surpreendida quando ele disse que por ser a primeira vez ia cantar algo antigo... uma música sobre ele...e bang!!! Lá estava eu me esgoelado ao som da minha favorita e tomando umas pancadas da rodinha de bate-cabeça ao meu lado. Durante todas as músicas ele mandava beijos e sorria... sorria muito! Se tinha alguém ali mais feliz que os fãs, era o Pelle... A platéia só não sabia cantar a música inédita que eles tocaram “A thousand answers”, de resto o coro era lindo...!


Depois de “Two timing touch and broke bones”, Pelle anunciou que a próxima música seria a última... e então tocaram “Return the favour” e foram embora... mas tava na caaaaaaaaaara que era brinks com a galere... depois de algum tempo e de alguns gritos “The Hives!The Hives!”, Chris volta ao palco (com sua cara de cafa e cigarro na boca)... começa a tocar... os outro integrantes voltam e começa “Bigger hole to fill”... Todo mundo vai à loucura... logo depois vem aquela que não poderia faltar, “Hate to say that I told you so”, onde o público e Pelle fizeram um dueto... e pra finalizar..."Tick Tick Bom”... o dueto foi repetido... nós ficamos com os ‘ticks’ e ele com o ‘bom’...

E eles foram embora de fato. Não sem antes se abraçarem na frente do palco e agradecerem à platéia.


A melhor noite da minha vida, melhor show da minha vida... Não tenho nem como expressar a saudade que estou daquele momento. Só sei que toda dor nas pernas, hematomas, suor e dor de garganta de tanto gritar valeram a pena.



PS1: O Brancatelli se apaixonou pelas francesas... e eu pelos suecos! *__*

PS2: Tipo assim, de boa... não gritem "olê, olê... hivês...hivês..." é muito feio!

domingo, 7 de setembro de 2008

Orloff Five: O Pré-Hives!!!

O post dessa segunda está sendo escrito pelo Brancatelli, visto que a Renatinha ainda está meio que em estado de choque depois da apresentação do Hives nesse último sábado, no festival Orloff Five. Por isso, enquanto ela ainda se recupera, vou falar do que teve antes do grande show da noite, preparando terreno para que a própria pobre garota dê suas impressões do show em si. Aproveitem...


A primeira banda da noite foi o Vanguart.
Vou ser sincero, a única coisa que eu tinha escutado deles foi a música Semáforo, que eu achei até bem simpática. Nada de mais, apenas simpática... do tipo que vc até se pega cantando no ponto de ônibus, mas depois de esquece.
Por isso posso dizer sem dúvidas que o show me impressionou, e MUITO!!!
O vocalista (que, como a Wikipedia me ensinou, se chama Helio Flanders) me provou ser um cara com um puta talento, de um jeito que eu realmente não esperava. As músicas remetem a um folk das antigas, agregando elementos pops atuais, sem se tornar cansativo ou mesmo chato. A banda extramamente entrosada dava a deixa pra que o garoto mostrasse, ainda que sem muita empolgação, o porque de serem conhecidos como uma das melhores coisas surgidas no Brasil nos últimos anos.
Prometo que vou atrás das músicas e comento mais sobre eles aqui no Two Cold Fingers...

A segunda banda... hmm...
Bem, digamos que eu posso dizer que o inferno que Dante pinta em A Divina Comédia não é nada se comparado a um show da banda norte-americana Melvins!!!
Aliás, as palavras "show" e "banda" não se enquadram muito bem... foi basicamente puro exibicionismo de 4 caras que acham que o que fazem pode ser chamado de música!!!
Sim, eles tem história.
Sim, eles eram uma das bandas favoritas do Kurt Cobain.
Sim, vc precisa fazer pelo menos 10 anos de aula de música para conseguir tocar qualquer coisa deles.
Mas ainda assim... qual a graça disso tudo??
Saber tocar um instrumento não significa que vc sabe fazer música!!
O vocalista Buzz Osbourn parecia querer ganhar o prêmio Diva 2008 com sua presença no palco, com o nariz empinado, olhando com desdém para o público. O baixista (que parecia saído do filme De Volta À Lagoa Azul, como bem lembrou a Renatinha) parecia estar apenas cumprindo contrato. Os bateristas (sim, eram dois) se divertiam fazendo barulhos sincronizados, mas sem a menor emoção.
Sinto muito, mas aquilo não é música... e se foi tudo uma grande piada, desculpa mas eu não peguei.
São 4 tiozões falando "olha gente, olha como eu toco bem!!".
Prepotência, o teu nome é Melvins!!!

(nota do Brancatrolhas: ou talvez os 18 reais em cerveja que eu já tinha gastado até aquele momento não me deixaram embriagado o bastante para entender o som dos caras... principalmente se levarmos em conta que a cerveja era 6 MALDITOS REAIS!!!!!)

A terceira e última banda de abertura da noite foi o Plasticines (que já teve um post por aqui, como vc pode ver neste link).
As 4 maravilhas criadas por Deus entraram no palco, empolgaram mesmo quem não se aguentava mais de ansiedade pelo último show, conversaram com o público, fizeram cover de Nancy Sinatra e levantaram toda a Via Funchal, que naquela hora já estava COMPLETAMENTE abarrotada de gente (3500 pessoas, como me disseram depois)!!!
Mas eu mal percebi tudo isso, pois estava ocupado demais me apaixonando por aquelas 4 francesas... aiai... =P

A outra atração da noite era o DJ americano Tittsworth, que não fez nada além de tocar algumas músicas nos intervalos dos shows.
Coisa que, pra ser sincero, até EU faria melhor!
Muito pouco para o aclamado "DJ mais quente da América"...

E foi quando um imenso H estilizado surgiu no centro do palco.
As luzes se apagaram, e a angustia do "meu Deus, já vai começar!!!" bateu forte.
A Stroll Through Hive Manor Corridors começou a tocar ao fundo, como se desse o ultimato:

ELES ESTAVAM ENTRE NÓS!!!!!

Mas sobre isso vcs lerão na quinta feira.
Eu só posso dizer uma coisinha...
Oh... my... fucking...God!!!!

Um bjo nas crianças...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Como se Comportar

O mais difícil de ser um viciado em música é que, do total de CDs que você escuta durante o ano, apenas uns 20% realmente prestam.
É quando você gasta 30 reais em um lançamento qualquer e sente que enfiar a mão no bolso realmente valeu a pena.
Quando você sai da loja de cabeça erguida, coloca o album no toca-cd (!!) e, 40 minutos depois, se encontra com um sorriso satisfeito nos lábios.
E foi esse mesmo sorriso que eu encontrei no meu rosto depois de escutar todas as 12 faixas de Como Se Comportar, novo album do Moptop.

Se o primeiro album serviu para apresentar a banda ao grande público, esse novo age como uma espécie de reforço da marca.
Todas as músicas poderiam ser facilmente encaixadas no album de estréia sem causar um desequilibrio ou algo do gênero.
Tudo que tornou o Moptop uma das bandas mais celebradas do rock nacional está lá: guitarras a la Strokes, letras indecifráveis, gemidos e risadas irônicas simetricamente posicionadas no decorrer das músicas, riffs marcantes e melodias poderosas...

Mas com um "algo" a mais!
É palpável a evolução da banda, tanto dela como um todo quanto dos integrantes separadamente.
Os vocais do Gabriel Marques estão mais seguros de si, e as músicas não são mais cópias descaradas do estilo de um certo quinteto de Nova York, para citar apenas alguns avanços.
As letras também esquecem a primeira pessoa para se focar nos "outros", fugindo das conversas embriagadas para falar dos sentimentos. Tudo parece mais autêntico, mantendo a identidade que a banda contruiu durante 5 anos de carreira.

As faixas são daquelas que você só sente toda a força lá pela terceira audição... mas daí não tem mais volta. As melodias grudam na cabeça e você provavelmente se pegará cantarolando coisas como "já lhe disse que não vou ficar, já lhe disse que não vou mudar..." na fila do supermercado.
A "trindade suprema" do album, aliás, está na sequência Malcuidado, Beijo de Filme e Adeus. As três criam o ponto alto de um CD que praticamente não tem pontos baixos.

As influências são as mais diversas. Bom Par, por exemplo, tem um início que evoca algo do Legião Urbana... mas é só o vocal começar que você sente estar ouvindo uma música tirada do Yours to Keep, primeiro album do Albert Hammond Jr.
Outras trazem referências que vão desde Los Hermanos até Pretenders, mas sempre mantendo sua base ligada às bandas do chamado "novo rock", que por sua vez pegam emprestados diversos elementos do rock mais antigo.

Confuso?
Pois é esse o som do Moptop!
Uma gororoba que, de tão complexa, acaba soando simples.

E é exatamente esse o maior mérito da banda.
Criar uma música direta, simples e afiada, que não deve em nada ao som ouvido lá fora.
O tipo de música que pode agradar tanto os que amam o pop nacional quanto os que acham que só presta o que vem do exterior.

Ao contrário do que o primeiro grande sucesso da banda dizia, o rock NÃO acabou.
Basta que apareçam mais bandas como o Moptop.

Vida longa ao Moptop.