domingo, 31 de agosto de 2008

A garota polêmica

Resolvi falar do assunto que hoje em dia dá mais discussão que religião ou política...

Vou falar sobre Mallu Magalhães.

Experimente soltar esse nome numa mesa de bar cheia de gente e você terá as mais diversas opiniões sobre a garota prodígio... "Ela é maravilhosa!", "Um saco. Odeio...",... Mas dificilmente você vai encontrar alguém que não tenha nenhuma idéia de quem é.

A Mallu acabou de completar 16 anos e da noite pro dia virou a artista mais comentada do Brasil. Ela toca violão, gaita, banjo... e compõe as próprias músicas (a maioria em inglês). Nas entrevistas vemos uma garota fofinha, simpática, mas MUITO tímida.

Todos ficaram empolgados porque a Mallu é diferente de tudo que vem surgindo no Brasil e para completar faz bem feito.

Só que aí mídia, sedenta de sangue novo no mercado, resolveu apelar... onde você olhava via Mallu... tv, rádio, revista, internet... Só a MTV passava a cada intervalo uma vinheta dela fazendo um cover de Johnny Cash (e vestida como tal). Nessa época meu sentimento ao ver o comercial era o mesmo de quando eu via os comerciais das Casas Bahia, aqueles do "Quer pagar quanto?". A mídia gastou tanto a imagem dela e 'endeusou' tanto a garota que ela ganhou além da legião de fãs, uma legião de pessoas que a odeiam.

As pessoas pegaram birra, acham que ela é valorizada demais, "muito hype" pra pouco talento, acham que o sucesso da garota é só jabá...

Minha opinião? Eu acho a Mallu boa e recomendo. Ela tem uma voz muito gostosa de ouvir e canta folkzinho muito batuta!
Concordo que ela seja umas das melhores coisas que andam surgindo no mercado musical brasileiro... Mas também sou a favor de ter gastarem menos a imagem dela... antes que isso faça ela perder o brilho... ou pior, fazer a tímida garota resolver sair dos holofotes e parar de cantar.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Orgulho em ser careta.

Hoje eu ia postar uma crítica sobre o novo CD do MopTop, mas aconteceu uma cosa tão legal ontem que eu precisei mudar de assunto...
A crítica fica pro próximo post.

Ontem de noite aconteceu um evento bacana (e até inovador) lá no Studio SP, na Augusta.
O MySpace e a HotPocket produziram um show gratuito da Mallu Magalhães e pediu para os internautas decidirem a banda de abertura... o resultado foi que acabaram escolhendo o pessoal do Ecos Falsos (banda sobre a qual vcs ainda vão ler muito por aqui).
Apesar do atrazo e de um encurtamento do show do Ecos, foi tudo bem bacana. Depois do show, o vocal e guitarrista da banda, Gustavo Martins, até veio conversar com a gente, perguntou o que tinhamos achado das músicas, do som, puxou um papo...

Cara, foi daí que eu fiquei pensando com os meus botões...
Enquanto certas bandas que eu prefiro não citar o nome (a-a-atchimNXZero) xingam o público e agridem jornalistas (atchimassistamessevídeoaqui), outras saem de um show e vão conversar com os fãs como se fossem um de nós.
E ainda assim, enquanto certas bandas fazem sucesso, outras ainda dependem desses mesmos fãs para fazer um show ou outro.

É muito louco isso... estavamos lá, conversando com o vocalista de umas das bandas que eu mais escuto... e era a coisa mais natural do mundo.
E não foi apenas oportunismo, do tipo "E aí, tava legal? Tava? Que bom... ta, tchau!". É até normal chegar mais cedo em um show desses e passar um tempo bebendo com o pessoal do Ecos, ou com o pessoal do Daniel Belleza... é a diferença entre falsidade e acessibilidade.
E ainda assim, as bandas que fazem sucesso continuam sendo as que xingam o público e agridem jornalistas...
A pseudo-rebeldia é a coisa mais comercial dos nossos tempos.
A autenticidade é careta.

E ainda assim, eu vou continuar escutando bandas que ficam à vontade em meio ao seus fãs.
Porque, mais que ídolos, eu prefiro escutar os meus amigos.
Por mais careta que isso seja...

domingo, 24 de agosto de 2008

Plastiscines

[Primeiro preciso me desculpar pela ausência do meu post segunda, aposto que muitos de vocês choraram por horas quando entraram no blog e não encontraram nada...NOT! Eu passei mal domingo e não tive como escrever, sabe como é né?! Deixei pra última hora e me ferrei! Desculpa mesmo, galere.]






Entonces, o Orloff Five Festival está chegando e borboletas se mudaram para o meu estômago. Mas resolvi me lembrar que existirão outras bandas além do meu amado Hives no festival e ouvir com atenção algumas delas... e por que não vir aqui contar pra vocês o que achei de uma delas?! :)

Quando li pela primeira vez que uma banda de garotas francesas, Plastiscines, ia tocar o festival, eu muito imaginei uma coisa meio aquela música que tocava no Presença de Anita... Sabe? Aí resolvi nem daria muita atenção pra elas e que depois procuraria algo... acabei esquecendo. (Minha memória é deprimente)

Quando finalmente escutei o cd me surpreendi... De chato e paradão não tem nada...
As 4 garotas francesas são bonitas, se vestem bem e fazem um rock despretensioso influenciado por bandas como Strokes , Ramones e YYY's. A banda que nasceu durante um show do Libertines não se encontra no posto de [lucioribeiro] nova salvação do rock [/lucioribeiro], mas com certeza é no minimo divertido de ouvir.

O primeiro e único cd lançado em 2007 se chama LP1 e traz músicas onde elas misturam inglês e francês, e com uma parte instrumental simples.

As minhas favoritas são: Loser, (Zaiz Fait de La) Bicyclette [essa ficou na minha cabeça o dia TODO!] e Mister Driver.

Então fikdik musical pra quem vai no festival e pra quem gosta de um rockzinho simples feito por garotas! ;)


terça-feira, 19 de agosto de 2008

É Doce Morrer no Mar...

"Uma incelença entrou no paraíso
Adeus, irmão, adeus..."

Morreu o Dorival.
O Dorival do mar, o Dorival do samba.
O Dorival da jangada, o Dorival de Itapoã.
O Dorival da Dora, o Dorival da Maricotinha.
O Dorival da Anália, o Dorival da Marina, o Dorival da morena.
O Dorival da rosa, o Dorival da nega, o Dorival da morte.
O Dorival louco, o Dorival negro, o Dorival milagreiro.
O Dorival dos pescadores, o Dorival das sereias, o Dorival das viúvas.
O Dorival da jangada, o Dorival dos valentões, o Dorival do adeus.
O Dorival do samba, o Dorival de Maracangalha.
O Dorival da baiana, o Dorival da Bahia.
O Dorival do Brasil.

Morreu Dorival Caymmi.

O sujeito que, quem não conhece,
Ou é muito ruim da cabeça,
Ou é bem doente do pé.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Os Heróis de Hoje

"Nossos ídolos ainda são os mesmos..."
Belchior - Como Nossos Pais

Alguém aí se lembra de uma época em que nossos heróis eram realmente bons exemplos?
Engraçado perceber que os nossos “Super Homens” e “Mulheres Maravilha” de ontem são os “Pete Dohertys” e “Amy Whinehouses” de hoje.
Nossos heróis agora são drogados, de ética e hábitos questionáveis, rebeldes ou simplesmente “perdidos”.
Nossos heróis deveriam ser pessoas a serem seguidas... não deveriam?

Não é de hoje que elevamos essas pessoas à categoria de “heróis românticos”.
É só você pensar em quem seriam os nossos heróis no passado.

James Dean nos anos 50?
Jim Morrison nos anos 60?
John Lennon nos anos 70?
Steven Tyler nos anos 80?
Kurt Cobain nos anos 90?

Por que será que vemos o ato de se drogar, ou de ir contra o sistema, como algo romântico?
Por que será que adotamos pessoas assim como exemplos, ao invés de pessoas em quem realmente devíamos nos espelhar?
Afinal, estamos falando de pessoas que morreram no auge devido aos seus excessos, drogados e suicidas. E até hoje nós copiamos suas aparências, seus modos e estilos de vida.
Será que realmente não existiam exemplos melhores?
O que são, afinal, esses “heróis românticos”?

Na nossa visão, o herói romântico é aquele ser trágico, perturbado, que parece não se encaixar no mundo. O sujeito deslocado, que transpira poesia e arte.
Pete Doherty, por exemplo, parece um personagem saído de um livro do Oscar Wilde.
A imagem que passa é de uma alma sensível, poética, genial e livre, mas também amargurada, dolorida, auto-destrutiva e fora da realidade, vivendo em um mundo que criou, o único lugar no qual realmente se sente a vontade.
Uma espécie de Rimbaud atualizado, um Lord Byron, um John Wilmot.
Tudo isso em uma pessoa só.

Por que alguém iria querer ser assim?

A resposta é simples.
Todos esses espíritos rebeldes têm uma coisa especial em comum.
Todos esses “heróis românticos” atuais tiveram uma coisa fundamental para torná-los eternos...

Coragem.

Coragem de nadar contra a corrente, de andar contra o fluxo determinado, por mais clichê que seja.
De fazer aquilo que tem vontade, a hora que tem vontade.
Sem se importar com a opinião de ninguém.
A coragem de apenas ser o que quiser ser, ser aquilo que você é de verdade, sem ligar se é taxado de “estranho”.
Pq são os estranhos que se tornarão os exemplos de amanhã, sejam rebeldes ou não, sejam drogados ou não.
Os estranhos que se tornarão os heróis.

Um herói não é um herói por ser perfeito, sem falhas.
Um herói é um herói POR CAUSA de todas suas falhas.
São seus defeitos que o tornam o que o é.

E entender isso é o primeiro passo para se encontrar os verdadeiros exemplos a serem seguidos...

domingo, 10 de agosto de 2008

Recomendações


Uma das coisas que eu mais gosto de assistir são clipes.
Fico abobada como músicas meio sem graça ganham um ânimo absurdo com um clipe bem feito e como uma clipe chato, mesmo com a música mais genial, me faz querer mudar de canal.

Clipes engraçados, clipes que contam histórias, clipes abstratos, clipes com imagens de shows... Não importa muito o gênero... o importante é cativar o espectador. E mais que isso... é poder ver como a banda resolveu contar em imagens aquela música.

A teoria de uma câmera na mão e uma idéia na cabeça também dá certo algumas vezes em clipes, exemplo dado pelo Ok Go com 'Here it goes Again'... Os integrantes da banda, uma coreografia, esteiras... (Nunca viu!? Essa é sua chance, é esse clipe aí de cima!)
É simples! É genial!

Também sou uma fã assumida de clipes engraçados, e acho que quase ninguém faz isso tão bem quanto o Foo Fighters, já que em 95% das vezes usa humor e os integrantes da banda assumindo diversos papéis na história.

Também tem o fodíssimo clipe da música D.A.N.C.E. do Justice, que brinca com imagens em camisetas de forma absurdamente bacana!

Falo isso com a propriedade de diretora amadora de clipes. Mentalmente já dirigi mais de 100 clipes e olha...muitos ficaram muito mais bacanas que os originais...!

Sim, esse foi uma post mais para indicar clipes que acho bacana do que para falar sobre eles propriamente! Divirtam-se! E mais ainda... recomendem clipes! ;)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Sobre o post anterior...



"Adoro música. Me sinto feliz ouvindo boas canções. Se eu estou na merda, ponho Tom Waits, Bob Marley ou alguma coisa assim, e funciona como mágica. Nada se compara com o que você sente quando ouve música que te agrada. É um fenômeno único." - Jason Newsted, ex-baixista do Metallica


Como bem disse a Renatinha no post passado, muitas vezes é difícil descrever musicalmente uma banda.
O mais fácil, e talvez o mais importante, é descrever o que ela faz você sentir.
Belle & Sebastian, por exemplo, tem o tipo de música que não se encaixa em todas as situações. Pra mim, é a música que combina com momentos calmos, tardes de inverno, quando você não quer pensar em nada específico e apenas viaja na serenidade da música, de olhos fechados, sem querer nem ao menos encontrar sentido naquele momento.

É o mesmo efeito que dá quando eu escuto Norah Jones, por exemplo. Ou Marisa Monte. Ou Regina Spektor. Ou Keane.

Agora, se eu quiser que um pouco de empolgação invada meu quarto, eu escuto Weezer, que sempre me anima. Ou talvez Strokes. Ou White Stripes. Ou Libertines.

Agora, se eu quiser trabalhar um pouco meus neurônios, eu taco logo um Radiohead. Ou quem sabe um Arcade Fire.

E caso eu queira me irritar (ou até rir um pouco), eu coloco na 89fm e pronto.


Mas, afinal... qual a banda perfeita para determinado momento?

Taí a beleza da coisa.
Cada um tem seu jeito de lidar com seus momentos.
Por exemplo, muitos quando estão tristes preferem ficar em casa escutando Coldplay, abraçados aos seus travesseiros enquanto tentam ver qual o limite da depressão... enquanto outros preferem sair de casa, beber com os amigos e escutar The Hives enquanto tentam afastar qualquer tristeza da cabeça.

Não existe o jeito certo de lidar com seus sentimentos.
Você pode escutar Radiohead quando está feliz ou escutar MC Créu quando está deprimido.
O importante é lidar do seu jeito.

Por isso talvez seja inútil tentar determinar um estilo musical para cada banda.
Rock, samba, axé, funk, pagode, pop, bossa nova, eletrônico, indie...
Tudo isso serve apenas para limitar a música.

O mais importante é saber o que ela te faz sentir.

A música é mais do que som.
A música, como um ser vivo, possui emoções.
E é você quem determina por quem quer ser acompanhado.
Principalmente porque o que é tristeza para os ouvidos de uns, pode ser alegria para os ouvidos de outros.

Assim como um sorriso não significa necessariamente alegria...
E lágrimas não são sempre de tristeza.

domingo, 3 de agosto de 2008

Step in to my office, baby...



Num fim de uma tarde de inverno... daquelas que um calor leve bate no seu rosto, apesar do frio que faz.
É essa a situação que eu imagino todas as músicas do Belle & Sebastian sendo feitas...
Todas me dão a mesma sensação gostosa que essa situação descrita acima dá.

Além do mais, são músicas que gosto de escutar sozinha... que se fecho os olhos me imagino deitada na grama de algum parque naquela tarde de inverno, olhos fechados e só ouvindo o som do vento...

Não é do tipo que me entristece, mas também não me alegra... me acalma, me faz pensar, são músicas que me abraçam... com se dissessem "eu te entendo, eu estou aqui..."
Seja nas de amor, sejam nas tristes, nas engraçadinhas... todas apesar do tema te fazem pensar que tudo vai acabar bem...
Todas as imagens que a banda me traz tem cores... não cores berrantes... cores suaves... mas MUITAS delas...!

O Belle & Sebastian é daquelas bandas com uma galere (7 integrantes) e quando surgiram trouxeram um som inovador.
Tenho uma imagem bem simpática deles... Admito que o fato de serem escoceses e de o nome da banda vir de uma história de um garoto e seu cachorro foram de grande influência nessa questão. :)

Sei que não foi uma banda que dei muita atenção logo de cara, mas quando meu guru musical me disse "acho que você iria gostar muito deles" acabei baixando a discografia inteira... e aqui estou...

Mas eles são uma banda que não consigo descrever musicalmente, só consigo descrever as sensações que eles me dão... e acho que é exatamente isso que me atrai neles.

Então, recomendo essa banda colorida de tarde de inverno com sol batendo no rosto, deitado sozinho na grama, pensando na vida... e não importando o pensamento... com um sorriso no rosto.